Em época de festas, são os animais que mais sofrem com os barulhos, que para eles ensurdecedor.
Os cães por exemplo, possuem uma capacidade auditiva diferente do ser humano. Assim, para efeitos de comparação, o ouvido canino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hz (Hz = Hertz, uma unidade de medida da frequência de uma onda) e 40.000 Hz; já o homem percebe sons na faixa de 10 Hz a 20.000 Hz. Além disso, os cães conseguem detectar sons quatro vezes mais distantes que o ser humano.
O que esse tipo de barulho pode ocasionar aos animais?
O deslocamento de ar provocado por estas explosões é que causa o
estrondo que ouvimos. Aparentemente, se um artefato deste explodir muito
próximo ao cão, pode ocorrer dano físico ao tímpano (ruptura ou
laceração), comprometendo a audição. Para sons não tão próximos, o que
conta é o efeito psicológico, pois o cão associa aquele barulho intenso e
pouco comum com a movimentação e a desordem que normalmente ocorrem
nestes períodos (jogos, festas, etc.). Desta forma instala-se um quadro
de fobia que pode, inclusive, resultar em um quadro sintomático de
ansiedade, tremores, taquicardia (aumento da frequência cardíaca),
vocalização excessiva (chorar, ladrar, latir) e até mesmo óbito em casos
extremos.Para impedir que o animal sofra com o barulho, o proprietário deve evitar alguns procedimentos como ficar com o cão no colo, como se quisesse consolá-lo (ele vai entender que o comportamento emitido naquele momento está correto e sendo recompensado) ou alimentá-lo no momento dos fogos (forneça a comida pelo menos uma hora antes ou dê pequenas porções escondidas em brinquedos). Algumas medidas podem ser adotadas, como: colocar algum som mais alto e suportável ao cão no ambiente (como música ou televisão); enriquecer o ambiente do animal com brinquedos ou desafios para que este possa ter sua atenção desviada (bolinhas, túneis, caixas de papelão entreabertas); se ele insistir em se esconder, permitir que sua cama ou casa fique em local resguardado e abrigado (como no canto de um sofá ou debaixo de uma mesa); evitar o acesso a locais potencialmente perigosos (varandas, janelas e piscinas); colocá-lo em contato com outros cães, preferencialmente que não se assustem com barulhos; e fechar cortinas, portas e janelas (buscando minimizar o som).
Dr. Carlos Artur Lopes Leite é médico-veterinário graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Micologia Médica pela Carl von Ossietzky Universität (Alemanha). É também mestre em Medicina e Cirurgia Veterinárias pela UFMG e doutor em Clínica Veterinária pela Unesp de Botucatu-SP. Atualmente, é responsável pelo Setor de Clínica de Pequenos Animais do DMV/UFLA (Lavras/MG).
DICA DO AÇÃO ANIMAL & CIA
Cães podem entrar em pânico, por isso é importante ficar de olho para que não ocorra possíveis fugas.
O número de animais perdidos aumenta sempre em épocas de festa.
Fiquem de olho em seus cães, onde há mais de um, podem brigar entre si , havendo ate morte.